O que é o sistema solar? Quais os seus componentes? Onde se encontra na galáxia? Quais os seus limites espaciais? Como se formou o sistema solar?

O Universo é um lugar enorme. As suas dimensões são tão colossais que até os astrónomos mais experientes têm dificuldades em imaginá-las. Trata-se de um lugar repleto de estrelas, nebulosas, galáxias, buracos negros, planetas, luas, asteróides e muitos outros tipos de objectos astronómicos. No entanto, no meio de toda essa imensidão cósmica existe um lugar, um pequeno canto do Universo que podemos considerar o nosso lar. Foi o berço onde tudo começou para a nossa espécie. Esse lugar chama-se sistema solar.

O que é o sistema solar?

O sistema solar é um sistema planetário. Um sistema planetário é composto por uma estrela (ou, em algumas ocasiões, um conjunto de estrelas) e os corpos celestes que giram em seu redor, ou seja, que se encontram sob a influência do seu campo gravitacional, quer sejam planetas, com as suas respectivas luas, planetas menores, asteróides, cometas ou poeira estelar.

No caso do sistema solar, a estrela que dá forma a todo o sistema planetário é o Sol. Este ocupa o centro de um enorme disco de material que se estende por mais de 30.000 milhões de quilómetros, no qual se encontram os seus oito planetas e restantes objectos celestes.

Quais os componentes do sistema solar?

Tal como acontece com os restantes sistemas planetários, a maior parte do sistema solar é espaço vazio. Contudo, em todo esse espaço, existe uma série de objectos influenciados pela gravidade do Sol, que formam o sistema solar.

Como não poderia deixar de ser, o Sol é o componente mais importante do sistema solar. O Sol encontra-se no centro e todos os objectos do sistema são influenciados pela sua gravidade. Trata-se de uma estrela de tipo G, também conhecidas como anãs amarelas, que se encontra aproximadamente a meio da sua vida: contando à data com cerca de 4.600 milhões de anos. O Sol é formado por três quartos de hidrogénio e um quarto de hélio, gira sobre o seu próprio eixo, em redor do qual demora 25 dias a completar uma volta, e representa, sozinho, aproximadamente 99,86 por cento da massa total do sistema solar.


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Devido ao seu tamanho, os segundos objectos mais importantes do sistema solar são os planetas, que podemos dividir em duas categorias. Nas órbitas internas do sistema solar, encontram-se Mercúrio, Vénus, Terra e Marte. São os planetas mais pequenos, conhecidos como planetas interiores por causa da posição que ocupam no sistema solar. Devido à sua composição sólida em rocha e metal são também denominados planetas rochosos. Por outro lado, nas órbitas mais distantes do sistema solar, encontramos os planetas exteriores, muito maiores e compostos por gás, razão pela qual são denominados gigantes gasosos e gigantes de gelo. A sua ordem, a contar do Sol, é Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno.

Além dos planetas, também se conhecem no sistema solar cinco dos denominados planetas anões. Como o nome indica, são objectos muito mais pequenos, caracterizados por possuírem gravidade suficiente para terem adquirido uma forma esférica, mas não suficiente para conseguirem eliminar outros objectos da vizinhança das suas órbitas, distinguindo-se assim dos planetas. Os seus nomes são: Ceres, situado no cinturão de asteróides entre Marte e Júpiter; e Plutão, Haumea, Makemake e Eris, igualmente denominados plutóides e localizados no chamado cinturão de Kuiper.

O cinturão de asteróides é uma região do sistema solar situada entre as órbitas de Marte e Júpiter que alberga uma grande quantidade de pequenos objectos formados por rocha e gelo, na sua maioria asteróides, os quais se pensa serem restos de um planeta que nunca chegou a formar-se devido à influência gravitacional de Júpiter. Mais de metade da massa total do cinturão encontra-se em cinco objectos: Ceres, o planeta anão; e os asteróides Palas, Vesta Higia e Juno.

O cinturão de Kuiper é uma região do sistema solar situada para lá da órbita de Neptuno. É semelhante ao cinturão de asteróides, mas muito maior: 20 vezes mais largo e até 200 vezes mais maciço e, tal como este, é formado principalmente por pequenos objectos residuais da formação do sistema solar, neste caso compostos principalmente por água, metano e amoníaco sob a forma de gelo.

A nuvem de Oort é uma nuvem esférica de objectos que se encontram para além da órbita de Neptuno, até um ano-luz de distância do Sol. Segundo as estimativas, esta nuvem poderá albergar entre 1.000 e 100.000 milhões de objectos formados por gelo, metano e amoníaco, que juntos podem totalizar o quíntuplo da massa do planeta Terra.

Onde se encontra o sistema solar?

O sistema solar faz parte da nossa galáxia, a Via Láctea, uma galáxia espiral barrada com um diâmetro aproximado de 105.000 anos-luz entre as suas extremidades mais distantes. Em termos de estrutura, a Via Láctea é composta por dois braços espirais principais, denominados Escudo-Centauro e Perseu, e dois braços secundários, Norma e Sagitário. O nosso sistema solar encontra-se no braço de Órion, ou braço Local, o qual faz parte do braço espiral de Sagitário. O Sol, ou seja, a estrela em redor do qual gira o sistema solar, desloca-se a 210 quilómetros por segundo dentro da Via Láctea e demora 225 milhões de anos a completar uma volta em torno do centro da galáxia: aquilo a que os cientistas chamam um ano galáctico.

Em relação aos nossos vizinhos na galáxia, para encontrar outro sistema planetário temos de viajar pelo menos 4,4 anos-luz até chegarmos a Alpha Centauri, um sistema com três estrelas no qual, até a data, foram encontrados dois planetas aproximadamente do tamanho da Terra.

Quais os limites do sistema solar?

Onde começa e onde acaba o sistema solar? É, sem dúvida, uma pergunta difícil de responder. No dia 4 de Novembro de 2019, a NASA anunciou que a sonda espacial Voyager 2, abandonara o sistema solar 40 anos depois de ter partido da Terra. A sua gémea, a Voyager 1, já o fizera sete anos antes, em Março de 2012. Mas a que se referia a NASA?

Segundo a agência espacial americana, as sondas, os objectos criados pelo ser humano que mais se afastaram da Terra até hoje, tinham saído da heliosfera, ou seja, da região espacial que se encontra sob a influência do vento solar e do seu campo magnético, e atravessado a heliopausa – uma linha imaginária que delimita a heliosfera, onde o vento solar se une ao meio interestelar e interage com o vento estelar proveniente de outras estrelas.

Como se formou o sistema solar?

Os cientistas têm diversas teorias que tentam explicar a formação do sistema solar. Uma das mais aceites propõe que, antes da sua existência, o seu lugar era ocupado por uma enorme nuvem de gás molecular, que se acumulava em cada vez maiores quantidades e com cada vez maior densidade, devido às baixas temperaturas que imperam na maior parte do Universo.

A teoria parece indicar que, a dada altura, devido ao colapso gravitacional deste gás interestelar (acreção por gravidade) ou a um aporte de energia proveniente da explosão de uma estrela ou supernova vizinha, deu-se o nascimento de uma proto-estrela.

Esta proto-estrela, o nosso Sol em estado gestacional, continuou a atrair gás e matéria, formando um disco de material em seu redor, a partir do qual se formariam os planetas. Mais tarde, a proto-estrela alcançaria densidade e pressão suficientes para se iniciarem, no seu interior, os processos de fusão nuclear que caracterizam estes astros, convertendo hidrogénio em hélio e dando origem ao vento interestelar, que limpou os escombros das órbitas dos actuais planetas.

Durante todo este processo – e a partir de todo o material que não foi incorporado no Sol – formaram-se os planetas, as luas e os asteróides. Como acima mencionado, este material formou um disco maciço em redor do Sol primitivo. No interior do disco, ficaram os materiais mais pesados, que se uniram devido à gravidade, dando origem aos planetas rochosos. Após a formação do Sol, o vento solar também arrastou os materiais mais leves para o exterior do sistema solar, onde ocorreu a formação dos gigantes gasosos.

Número de planetas: 8

Idade: ≈ 4570 milhões de anos

Estrela mais próxima: Próxima Centauri

Tamanho: ≈ 120 UA

Número de planetas anões: 5

Número de satélites naturais: ≈ 400

Número de cometas: 3.151

Distância até ao centro da galáxia: ≈ 27.500 anos-luz 

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