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Antigo Asteroide ‘Bennu’ Contém Ingredientes Para a Vida

As revelações da sonda OSIRIS-REx da NASA estão a criar muitas expectativas para a expedição de recolha de amostras, expedição que está agendada para a próxima semana.

PUBLICADO 14/10/2020, 15:11
O asteroide Bennu que está perto da Terra é um pouco mais alto e mais largo ...

O asteroide Bennu que está perto da Terra é um pouco mais alto e mais largo do que o Empire State Building. Este asteroide tem mais probabilidades de um impacto com a Terra nos próximos 150 anos do que qualquer outro asteroide de que há conhecimento. Desde finais de 2018 que a sonda OSIRIS-REx tem revelado os segredos de Bennu com levantamentos orbitais detalhados.

FOTOGRAFIA DE NASA / GODDARD / UNIVERSIDADE DO ARIZONA

Visto à distância, o asteroide Bennu parece um pião de 30 metros de largura a flutuar no espaço. Mas os cientistas conseguiram agora uma visão mais aproximada deste asteroide graças à sonda OSIRIS-REx da NASA, que está preparada para recolher amostras da superfície do asteroide no dia 20 de outubro. As novas observações mostram que a superfície de Bennu – e as suas origens – são mais ricas e complexas do que qualquer cientista poderia ter sonhado.

Nos seis estudos publicados no dia 8 de outubro nas revistas Science e Science Advances, a equipa da OSIRIS-REx apresenta novos dados de mapeamento de alta resolução, dados que foram recolhidos desde que a sonda chegou perto de Bennu em 2018. Analisados em conjunto, os estudos apresentam novos detalhes sobre o corpo celeste mais pequeno que uma sonda alguma vez orbitou – dados que preenchem uma lacuna crucial na compreensão dos cientistas sobre asteroides.

Os astrónomos conseguem mapear asteroides à distância com telescópios – com algumas limitações – até áreas do tamanho de cidades ou estados. O estudo de meteoritos, que os cientistas conseguem examinar de perto, ajuda a preencher alguns detalhes em pequena escala, mas o que revelam só chega até certo ponto. “Estas medições ajudam a ligar as duas escalas e ajudam-nos a ver detalhes impossíveis de discernir de outra forma”, diz Andy Rivkin, cientista planetário do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins que não participou nos novos estudos sobre Bennu.

Um mapa global de Bennu, feito com espectroscopia de infravermelhos, destaca as áreas que são ricas ...

Um mapa global de Bennu, feito com espectroscopia de infravermelhos, destaca as áreas que são ricas em materiais que contêm carbono, como moléculas orgânicas e carbonatos (a vermelho). Os veios em algumas das rochas sugerem que, durante os primórdios do sistema solar, houve água que fluiu no asteroide pai de Bennu.

FOTOGRAFIA DE SIMON ET AL., SCIENCE (2020)

Este asteroide em particular pode conter pistas sobre as origens da vida, e foi por isso que, em 2016, a NASA lançou a OSIRIS-REx para recolher amostras da sua superfície. Bennu faz parte de uma população de asteroides conhecidos por conterem moléculas orgânicas portadoras de carbono – ingredientes essenciais para a vida como a conhecemos na Terra – bem como minerais alterados na presença de água. Os investigadores suspeitam que parte da água e das moléculas orgânicas da Terra vieram de asteroides, pelo que objetos como Bennu podem ter semeado a Terra com os químicos necessários para a vida.

Bennu também representa possíveis riscos de segurança para o nosso planeta. A sua órbita atravessa a da Terra, e há uma probabilidade de aproximadamente 1 em 2700 de colidir com o nosso planeta em finais de 2100, tornando o estudo minucioso deste asteroide ainda mais importante.

Origens aquosas
Embora muitas das rochas que constituem o asteroide datem da infância do sistema solar, o próprio Bennu é produto de um caos mais recente. Os investigadores acreditam que há cerca de mil milhões de anos uma enorme colisão no cinturão de asteroides destruiu um objeto com cerca de 95 quilómetros de largura. Este cataclismo originou muitos destroços, formando uma população de asteroides mais pequenos que incluía o Bennu.

Quando a estrutura parental de Bennu ainda era jovem, tinha calor suficiente para manter água líquida no seu solo. À medida que essa água ia gotejando através do asteroide, depositava lentamente carbonatos nas fraturas por onde passava. Mais tarde, quando a gravidade esculpiu Bennu a partir dos destroços do seu corpo parental, alguns destes veios primordiais de minerais sobreviveram intactos dentro das rochas agora espalhadas pela superfície de Bennu.

O maior dos veios de carbonatos observado até agora tem perto de um metro de comprimento. A largura e o tamanho dos veios implica que, durante milhares – senão milhões – de anos, o corpo parental de Bennu teve uma quantidade considerável de atividade hidrotérmica.

“É por esta razão que fazemos exploração espacial com sondas”, diz a coautora do estudo, Hannah Kaplan, membro da equipa OSIRIS-REx e cientista planetária do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA. “Não esperávamos encontrar estas coisas, não conseguimos vê-las a partir da Terra e precisávamos de orbitar muito perto do asteroide para as conseguir ver.”

Os veios de carbonatos foram descobertos quando a OSIRIS-REx recolheu uma enorme quantidade de dados de alta resolução. Andy Rivkin diz que um dos instrumentos a bordo da sonda observou a composição da superfície do asteroide com uma resolução do tamanho de um campo de basquetebol. E outro instrumento mapeou a variação de cor de Bennu até um tamanho de uma folha de papel – e um dos instrumentos até conseguiu produzir imagens de partes da superfície de Bennu com o tamanho de um selo postal.

Uma estranha rocha espacial
O asteroide Bennu é uma “pilha de entulho” porosa que se mantem fragilmente unida pela sua própria gravidade, que também é fraca – tem menos de oito milionésimos da gravidade que sentimos na Terra. Isso faz com que a exploração deste mundo estranho seja uma espécie de aventura no País das Maravilhas.

No tempo que passou a orbitar o asteroide, a sonda OSIRIS-REx revelou todos os tipos de detalhes inesperados. Por um lado, a sonda observou pedras bizarras a serem ejetadas da superfície de Bennu, provavelmente devido ao aquecimento do sol. A sonda chegou até a avistar pedaços de outro asteroide – o Vesta – entre as rochas com cor de asfalto de Bennu, descortinando rochas que continham as misturas de minerais conhecidas de Vesta.

Uma ilustração artística da sonda OSIRIS-REx da NASA prestes a recolher uma amostra do asteroide Bennu.

Uma ilustração artística da sonda OSIRIS-REx da NASA prestes a recolher uma amostra do asteroide Bennu.

FOTOGRAFIA DE NASA / GODDARD/ UNIVERSIDADE DO ARIZONA (ILUSTRAÇÃO)

Nos novos estudos, os investigadores encontraram dois tipos distintos de rocha na superfície do asteroide, um mais forte e outro mais fraco. E também detetaram variações subtis na cor do asteroide, bem como diferenças na capacidade de retenção de calor, na densidade, e no terreno dos seus hemisférios norte e sul. Estes fatores podem indicar como é que Bennu se formou e desgastou com o passar do tempo no vácuo do espaço.

A OSIRIS-REx confirmou que as moléculas orgânicas que contêm carbono cobrem quase toda a superfície de Bennu. Com base nas evidências encontradas em meteoritos, os cientistas já suspeitavam que Bennu podia ter estas moléculas em abundância. Mas a confirmação desta teoria aumenta a expectativa em torno da recolha de amostras – uma manobra de “toque e afastamento” – da OSIRIS-REx agendada para 20 de outubro.

Esquerda: O inóspito local das amostras, apelidado de “Nightingale”, inclui uma rocha de três andares de ...

Esquerda: O inóspito local das amostras, apelidado de “Nightingale”, inclui uma rocha de três andares de altura e 14 metros de largura (ao centro da imagem), apelidada de “Monte Doom”.
Direita: Num dos testes, o braço da sonda OSIRIS-REx desce perto da superfície de Bennu. O objetivo desta manobra é perfurar e recolher pelo menos alguns gramas de material, e possivelmente até dois quilos.

FOTOGRAFIA DE NASA / GODDARD / UNIVERSIDADE DO ARIZONA (MOSAICO DE 55 IMAGENS) (ESQUERDA) E NASA / GODDARD / UNIVERSIDADE DO ARIZONA (DIREITA)

Em menos de uma semana a sonda irá descer até um local de aterragem, numa cratera chamada “Nightingale” (Rouxinol), uma das muitas características do asteroide que os cientistas nomearam para homenagear esta ave. Numa questão de segundos, a sonda irá recolher pelo menos 60 gramas de grãos e seixos do asteroide. A OSIRIS-REx irá depois ascender da superfície e fazer o seu caminho de regresso à Terra, para chegar em 2023.

“Qualquer amostra que trouxermos de volta, independentemente da localização, deve ter minerais hidratados e material que contém carbono”, diz a coautora do estudo, Amy Simon, membro da equipa OSIRIS-REx e cientista sénior do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA.

Planear a manobra de “toque e afastamento” da sonda tem sido complicado. A OSIRIS-REx foi projetada com a suposição de que a superfície de Bennu estava coberta por um fino material granulado. Em vez disso, o asteroide está coberto com rochas do tamanho de pequenos edifícios. Para delinear um trajeto seguro até à sua superfície, os investigadores tiveram de mapear o asteroide com um detalhe de vários centímetros, e chegaram até a atualizar o software de navegação da sonda a meio da missão.

A menos de uma semana para a tentativa fatídica de recolha de amostras, os cientistas da OSIRIS-REx estão a sentir a antecipação a acumular.

“Ainda não estou nervosa – mas se me perguntar no próprio dia, será uma história completamente diferente”, diz Amy Simon com uma gargalhada. “Espero que corra tudo bem, tem sido uma experiência incrível.”


Este artigo foi publicado originalmente em inglês no site nationalgeographic.com.

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